Há uma lei na Alemanha que trata da apropriação de energia elétrica de terceiros (Entziehung elektrischer Energie), que consta no Livro de Leis do país (Strafgesetzbuch), parágrafo 248c. A lei diz que usar energia elétrica de terceiros sem autorização é crime e pode ser punido com pena de até 5 anos ou multa.Mas a pergunta é: carregar o celular no trabalho conta como apropriação de energia alheia?
A advogada trabalhista Nicole Mutschke conta ao jornal RTL que esse uso de energia poderia ser entendido como implícito e não acarretaria problemas.Um carregamento completo da bateria de um celular custaria o equivalente a menos de 1 centavo de Euro. Mesmo que um empregador queira processar um funcionário pelo uso de energia, ele terá de coletar provas e iniciar um processo.Em um caso registrado em 2009, o empregador chegou a rescindir o contrato de um funcionário pelo uso de eletricidade no local de trabalho, mas depois voltou atrás e anulou a rescisão.
Mesmo assim, é melhor não arriscar: quem não tem autorização para carregar o celular no local de trabalho e mesmo assim faz isso, pode receber uma advertência, que se repetida pode culminar em uma rescisão de contrato (como o caso de 2009).
Apesar da lei existir, levar um processo adiante com a acusação de que o funcionário está se apropriando da eletricidade do local de trabalho é custoso e pode demorar. Mas a melhor saída é perguntar ao seu/sua chefe se você pode carregar seu celular. Em geral, não há problema nisso, já que muitos também usam o celular pessoal para a comunicação do trabalho.Mas: a permissão para carregar não é uma permissão para usar em excesso. Horário de trabalho é horário de trabalho e um uso excessivo de celular para fins pessoais pode acarretar sim em uma advertência.A advogada trabalhista Nicole Mutschke afirma que o uso excessivo do celular no ambiente de trabalho (para assuntos pessoais) pode até ser visto como fraude (Arbeitsbetrug), já que o funcionário usa suas horas pagas para assuntos particulares.
Fonte: Um Brasileiro em Berlim